"Visitantes sempre dão prazer. Senão quando chegam, pelo menos quando partem"
(Provérbio Português)
No quarto, a única claridade que se via era a do livro que ainda brilhava na presença de nossa heroína, do corredor, ecoava um barulho que, apesar de não ser alto, fazia as pernas de nossa turma tremer, contudo, não era só o medo que tomara conta de nossos amigos, como já disse anteriormente, eles são jovens e movidos pela curiosidade, logo, não demorou muito a surgir, entre eles, a ideia de tentar ver quem ou o quê era o visitante indesejado que transitava pela casa.
- Precisamos saber quem está aí.
- Quem vai ver, Biel?
- Victória, acho que a sorte deve escolher quem vai olhar.
- E como faremos isso?
- Pode ser no dois ou um. Concordam?
Todos concordaram e após a disputa, Enzo foi o escolhido
- Não sei o porquê topei o dois ou um, com o azar que tenho, era óbvio que me daria mal.
- Enzo, a sorte é igual para todos.
- Sim, Valentina, mas no azar eu estou sobrando.
- Calma, Enzo, estamos todos com você.
- Com certeza, Nix, mas acho que você é a adulta e tem um certo lado mágico, logo, não deveria nem aceitar o dois ou um, deveria ter se candidatado de imediato.
- Só achei justo que fosse na sorte como propôs o Gabriel.
- Óbvio que foi pela sentimento de justiça, que tolice a minha achar que tinha alguma relação com o medo.
- Sim, Enzo, também tive medo.
- Nossa, uma bruxa com medo, que coisa estranha.
- Gosto do seu senso de humor e do seu tom irônico, Enzo.
- Obrigado, professora, espero que isso me ajude na sua matéria, não que eu precise de nota, mas é bom ser precavido.
- Ei, vocês dois, parem com o falatório, tem algo de errado.
- Por que, valentina?
- Ouça, Biel, o barulho acabou, será que foi embora.
- Verdade, não estou mais ouvindo também.
- Acho que ele sentiu que seria eu a olhar e fugiu com medo.
- Sim, Enzo, não tenha dúvida, ele tremeu como nós trememos.
- Viu, só, Biel, comigo é assim, meto medo quando fico bravo. Vou abrir a porta.
Ao abrir a porta, nosso icônico personagem percebeu que estava equivocado, que na verdade, o visitante estava parado do outro lado do corredor olhando fixamente em direção ao quarto onde eles estavam, Enzo, sempre bom com as palavras, agora estava petrificado e mudo. Nosso amigo passava por um congelamento comum em situação de medo, pois, em momentos como esses, nosso corpo libera de forma intensa, como mecanismo de defesa, um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais, chamado de adrenalina. Nesse momento, todos perceberam que havia algo de estranho com o Enzo, então, Nix o puxou e Valentina trancou a porta.
- Enzo, você está bem? Fala comigo!
- Balança ele, Nix.
- Estou tentando, Victória, mas seu irmão não se mexe.
- Deixa que eu tento!
Nesse momento, Valentina, balançou-o com uma força fora no normal para ela e deu um grito ensurdecedor, foi aí que nosso amigo saiu do transe em que estava, mas não só ele, porque o barulho do corredor voltara, entretanto, agora mais intenso.
- O que viu?
- Não sei direito, vou tentar descrever, porém não acredito que pertença a esse mundo.
- Como não pertence, Enzo, se aqui está.
- Não pertencendo, Victória.
- Façam silêncio um pouco. Vocês estão ouvindo?
- Estou ouvindo sim, Valentina. Parece uma flauta.
- Achei que era coisa da minha cabeça, Nix.
- Não, não é.
- Pessoal, vocês querem saber o que vi? ou querem ficar ouvindo a música?
- Conta, Enzo, por favor!
- Ok, Biel, então, prestem todos atenção, o que vi foi um animal, se é que posso chamá-lo assim, era, se o medo me permitiu ver direito, um homem nas expressões faceais, e no tórax, porém, tinha orelhas pontudas, seu nariz era chato, a parte inferior do seu corpo era todo coberta de pelo, seus cabelos eram bem longos, tinha duas mãos, entretanto não tinha pés, esses eram, na verdade, cascos, como de cavalo, boi ou carneiro.
- Conta, Enzo, por favor!
- Ok, Biel, então, prestem todos atenção, o que vi foi um animal, se é que posso chamá-lo assim, era, se o medo me permitiu ver direito, um homem nas expressões faceais, e no tórax, porém, tinha orelhas pontudas, seu nariz era chato, a parte inferior do seu corpo era todo coberta de pelo, seus cabelos eram bem longos, tinha duas mãos, entretanto não tinha pés, esses eram, na verdade, cascos, como de cavalo, boi ou carneiro.
- Enzo, o que você viu, segundo alguns livros que li e confirmado também pelo som da flauta foi um ser que não deveria existir, pois você descreveu a forma física de um Sátiro.
- Não sei se foi um Sátiro, um comediante, sei é que não era nada bonito.
- Você é engraçado, Enzo, era um Sátiro sim, seres inteligentes, contudo não muito confiáveis e afeitos a festas e vinho.
- Você é engraçado, Enzo, era um Sátiro sim, seres inteligentes, contudo não muito confiáveis e afeitos a festas e vinho.
- Então, Nix, porque estamos aqui, se ele não vai nos machucar, tentemos um contato.
- Você tem razão, Gabriel, vamos tentar a aproximação.
- Tudo bem, mas eu não vou na frente.
- Ok, Enzo, eu vou.
- Obrigado,Valentina, como você é valente.
Quando todos saíram do quarto, não havia mais ninguém na casa, isso gerou um certo incomodo a nossos amigos que agora não sabiam qual a relação entre o livro e o repentino aparecimento daquela personagem estranha, contudo, não se pode dizer que o visitante deixara saudade, entretanto deixou nossos amigos curiosos e com um pulga atrás da orelha.
De repente, nossa heroína, para e pergunta se seu grupo ouvia aquelas vozes, de imediato ouve de todos que não escutavam nada.
- Você está impressionada com o ocorrido e está ouvindo demais.
- Não estou, Gabriel, ouço uma conversa que vem da cozinha. Venham comigo até lá.
Todos foram juntos até a cozinha para saber o que ouvia a Valentina.